As intervenções, feitas pela Corsan desde julho, ocorrem ao longo da ERS 040 e avançam no sentido Passo do Vigário.
Desde o início das obras os moradores são contrários a perfuração de poços prevendo um futuro desastre ambiental
A Associação de Moradores de Águas Claras, em Viamão, ingressou na última terça-feira com uma ação judicial, com pedido de liminar, solicitando a paralisação imediata das obras de perfurações dos poços subterrâneos, executadas pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)/Aegea.
As intervenções ocorrem ao longo da ERS 040 e avançam no sentido Passo do Vigário. A preocupação da comunidade que reside nas imediações é que o projeto encabeçado pela Companhia comprometa aquíferos, nascentes e banhados nos arredores.
Desde o início das obras os moradores são contrários a perfuração de poços prevendo um futuro desastre ambiental, em razão da preocupação com o solo e com os lençóis freáticos, que pode comprometer não só o abastecimento de água da comunidade local, como também a produção agrícola e pecuária. Eles questionam um possível impacto ambiental e econômico na comunidade. Os moradores já se reuniram em mobilizações, manifestações e, inclusive, buscaram auxílio junto ao Ministério Público e na Assembleia Legislativa.
De acordo com o professor Jamir Silva, os poços serão instalados na bacia hidrográfica de captação de água de banhados e reservas ambientais de alta fragilidade. A finalidade é chamar a atenção para o impacto ambiental, econômico e também social que o efeito das obras vai causar na população local, pois afetarão as produções agrícolas e pecuárias, como a produção de arroz, de soja, o gado leiteiro e muitas outras.
Sobre a proposta de liminar acerca da perfuração de poços profundos para o abastecimento da população de Viamão, a Companhia Riograndense de Saneamento informou que até o momento não foi formalmente citada. O resultado dos estudos e levantamentos hidrogeológicos servem de base e dão respaldo para a viabilidade da operação no município. A Corsan segue comprometida em realizar os investimentos para as melhorias e obras necessárias que garantam a regularidade e qualidade do abastecimento na região.